ITINERÁRIO BENEDITINO – “ORA ET LABORA”
E já com a tarde a desaparecer, “de conquista em conquista”, alcançámos a Praça de São Tiago no centro da cidade berço. Segundo a tradição, uma imagem da Virgem de Santa Maria, trazida pelo apóstolo São Tiago, foi colocada num largo. Praça antiga que conserva a sua traça medieval. Aí, ao ar livre, com turistas e residentes em movimento, foi o nosso jantar. O Luís Matias, como tinha anunciado, abrilhantou a noite fresca de verão com as suas belas canções. Excelente cantor e instrumentista. Espectáculo solidário. Mas a colecta, destinada às Missões de Moçambique, efectuou-se no dia seguinte no ambiente paradisíaco da Penha. E para terminar culturalmente o 1º dia da Jornada, guiados por um bom professor de história, o grupo dos resistentes pôde conhecer melhor os monumentos principais do Centro histórico da cidade, património da humanidade.
Na primeira metade do século X, o local onde nasceu e se desenvolveu a cidade de Guimarães era uma propriedade rural, a “Qintana de Vimaranes”. A Condessa Mumadona, de origem galega, viúva do conde Hermenegildo, fundou na segunda metade do mesmo século o Mosteiro de Santa Maria e um Castelo para se proteger dos normandos, vindos do Norte da Europa e dos muçulmanos do Sul. O Burgo cresceu e no final do século XI vieram aqui residir a D. Teresa, filha do Rei D. Afonso VI de Leão, e o seu marido o Conde D. Henrique de cujo casamento nasceu D. Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal. Aqui se deu a batalha de São Mamede que levou à independência do reino e que Guimarães celebra a 24 de Junho, feriado municipal.
Do mesmo local do dia anterior, hoje, domingo, dia 09 de Julho, partimos a caminho do monte da Penha. Com cerca de 60 hectares de área verde, ali vimos o Santuário de Nossa Senhora do Carmo, capelas, grutas e magníficas paisagens. É uma das mais extensas áreas de contacto com a Natureza, ampla oferta de espaços e serviços. Vasto conjunto de equipamentos: parque de campismo; hotel, campo mini-golfe, restaurantes, circuitos de manutenção e áreas de passeio e de pic-nic. Enfim, a aventura da descoberta e de muitas grutas… Graças ao trabalho permanente da Irmandade cujo Juiz, Senhor Roriz Mendes, se disponibilizou, desde cedo, para nos falar e guiar por “… esta obra de arte humana que transformou o rude e o agreste num lugar de mágica envolvente”. Estância Turística reconhecida desde 1923. No centenário, celebrado este ano, os fundadores e dedicados continuadores mereceram, em Junho passado, a visita, a gratidão e o reconhecimento do Ministro da Administração Interna. Na verdade, sentimos que a Penha é o Pulmão Verde de Guimarães.
Pelo meio dia, presidida pelo Padre Armindo Janeiro, celebrámos no Santuário a Eucaristia de Acção de Graças pelo êxito destas Jornadas. O Luís Matias que antecipadamente nos enviara as partituras dos cânticos, para que todos os pudessem acompanhar e cantar, manuseou com mestria o órgão da igreja e mais abrilhantou a liturgia. Foi belo! Depois descemos uns metros até ao restaurante, “A Montanha”, onde nos serviram o apetitoso almoço. Sentia-se a alegria dos participantes a irradiar em toda a sala, com o sol brilhante a aquecer os visitantes e a beijar as árvores e os grandiosos penedos. Connosco esteve sempre o João, criança de 10 anos, filho de um jovem casal de Vila Real, que, desde o primeiro dia, se integrou naturalmente no grupo e nos contagiou com o seu elevado desenvolvimento social e exemplar comportamento.
E, gratos ao Criador, assim nos despedimos, com abraços amigos e fraternos, descendo a montanha da Penha a caminho das nossas terras…
Alfredo Monteiro (AAAFranciscanos)
(Julho de 2023)
Magnífico repórter!!!
Obrigado