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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

O  REGRESSO  ÀS  ILHAS – O MAR  E  A  TERRA (Parte 1)

Da sua identidade e missão emergem na UASP dois projectos distintos cuja vivência humana, social, cultural e espiritual a Direcção, o Secretariado e as Associadas, de maneira diversificada, têm proporcionado aos seus membros, familiares e amigos:

-“Por mares dantes navegados”, o projecto principal, vivido com a Igreja pobre e missionária de África e o seu povo irmão, de Cabo Verde a Moçambique; pela Guiné- Bissau, São Tomé e Príncipe e Angola;

– “Jornadas Culturais”, anualmente realizadas em regiões definidas  do Continente.

… Mas, em 2018, decidimos “descobrir” a Madeira e Porto Santo 600 anos depois de Gonçalo Zarco e Tristão Vaz Teixeira. E, no ano em curso, de 15 a 21 de Julho, um grupo alargado de 48 viajantes partiu à descoberta do Arquipélago dos Açores e “achou” as  ilhas de São Miguel e Terceira, provavelmente já antes  descoberto pelos cartagineses…

Iniciámos o nosso programa directamente do aeroporto João Paulo II, após o pequeno almoço em Ponta Delgada, pela lagoa das Sete Cidades, numa manhã fria e ventosa, mas depois compensados por uma semana de sol! Lagoa dividida em duas, de azul e verde; o verde que reflecte a cor da densa vegetação ao redor; o azul que reflecte o céu, sendo o maior reservatório de água doce do Arquipélago. Lagoas e caldeiras, natureza exuberante e aventuras na terra e no mar. A dimensão cultural, patrimonial, paisagística, gastronómica e religiosa e o seu povo, marcaram a nossa visita à maior ilha dos Açores e, depois, também à Terceira.

Um roteiro à descoberta de muitas surpresas, como as praias de areia negra, vulcões, lagoas e cascatas, parques florestais e de merendas…. Ao pararmos nos miradouros, janelas abertas  a mostrarem as lindas paisagens, a exuberância da vegetação e os campos onde pastam as vacas mansas e felizes, connosco continuamente admirados perante os inúmeros tesouros naturais desta “Ilha Verde”!

Que me perdoem os meus amigos e companheiros de viagem, mas não pretendo escrever um diário e, assim sendo, as palavras nascem das emoções causadas por uma semana memorável, fluem como um rio de montanha a correr apressado sem que as margens o sustenham, dada a vontade de chegar ao mar… Assim nasceu este texto, certamente inacabado e impreciso no dia e nas horas e nos acontecimentos!

As extensas plantações do Chá Gorreana e a visita à fábrica, a aventura marítima até ao ilhéu de Vila Franca do Campo, reserva natural resultante de um vulcão submerso. As fumarolas das Furnas e a zona dos cozidos; as águas termais onde alguns se banharam na  piscina do Parque Terra Nostra, depois de um bom cozido no hotel…

A demorada visita à cidade da Ribeira Grande onde apreciámos a excelente colecção de arquitectura barroca; visita ao “Museu Vivo do Franciscanismo”, reforçando o que o padre Hélio nos havia transmitido sobre a presença marcante dos frades menores e o profundo sentimento da espiritualidade franciscana em todo o Arquipélago. Através de um vídeo assistimos à imponente procissão dos “Terceiros” com a sua imagem padroeira, o Senhor dos Terceiros, uma escultura do século XVII.

Continuando o nosso percurso, atingimos o Pico da Barrosa e o Miradouro do Pico do Ferro; paragem também no Miradouro da Lagoa do Fogo, classificada como reserva natural e a relevante visita guiada à Central Geotérmica da Ribeira que despertou a muitos especial interesse.

Em Vila Franca do Campo, primeira capital da ilha de São Miguel, visitámos a Igreja Matriz de São Miguel Arcanjo, a Igreja da Misericórdia. No último dia em São Miguel visitámos o Santuário do Senhor dos Milagres, participando na Eucaristia. Por fim, um passeio pelo centro da cidade de Ponta Delgada onde almoçámos e jantámos. E, optando por uma rota alternativa à dos nossos navegadores, “voámos” à descoberta da Terceira que alcançámos, ia a noite adiantada, para o merecido descanso no hotel de Santa Catarina. (Continua)

Alfredo Monteiro – AACFranciscanos

 

Ver fotos em https://www.facebook.com/uaaasp

 

 

One thought on “O  REGRESSO  ÀS  ILHAS – O MAR  E  A  TERRA (Parte 1)

  1. Um excelente registo de impressões, caro Alfredo. Vivo, colorido, impressionante, como os cenários naturais e edénicos que pretende retratar e transmitir. A espaços faz-me regressar ao Raul Brandão das “Ilhas Desconhecidas” (1926). Também já por lá andei e experimentei idênticos entusiasmos e plenitudes espirituais,.Parabéns e um fraterno abraço.

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