Não é fácil falar de uma experiência, a todos os títulos notável, vivida em Cabo Verde, entre os dias 17 e 24 de Fevereiro, por um grupo de antigos alunos dos Seminários portugueses, diocesanos e religiosos, alguns ordenados, vários casais e outros amigos, num total de 28 participantes, numa iniciativa da UASP – União das Associações dos Antigos Alunos dos Seminários Portugueses.
Talvez um prolongado tempo de silêncio fosse a melhor opção para quem deseja revisitar aqueles dias, vividos em Santo Antão, São Vicente e Santiago, e fazer uma síntese do que ali viu, ouviu e sentiu. De facto, onde faltam palavras sobram recordações e só podemos agradecer o muito que ali recebemos: na simplicidade e espontaneidade de quantos nos acolheram, na beleza e alegria das suas expressões de fé, na dignidade e serenidade de um povo que, sentindo na carne inúmeras dificuldades, não deixa de trabalhar com determinação e eficácia na construção de um futuro melhor para os seus filhos!
Se o projecto “Por mares dantes navegados” nasceu da vontade da UASP de propor aos seus membros e outros interessados, iniciativas que permitissem conhecer a realidade histórica e social, eclesial e cultural dos povos lusófonos, a verdade é que foi o espírito do Ano da Fé que lhe deu a sua centralidade e permitiu a todos os participantes viver uma verdadeira experiência eclesial.
“Pela fraternidade é que vamos” – assim escrevíamos antes de partir –, contudo o segredo desta iniciativa vivemo-lo no ambiente criado pela fé partilhada e celebrada, acolhendo diferenças e valorizando o que radicalmente nos une e reúne, pois todos somos irmãos, todos somos filhos do mesmo Deus que é Pai e, em Jesus Cristo pelo Espírito Santo, nos fez herdeiros das suas promessas. Esta centralidade cristã, como horizonte que ilumina as nossas vidas e dá sentido a todas as lutas por um futuro melhor, esteve patente nas duas conferências proferias por Mons. Luciano Guerra: “A esperança cristã em tempos de crise, à luz da Mensagem de Fátima”, na diocese do Mindelo, e “A actualidade da Mensagem de Fátima, no contexto da nova evangelização”, na diocese de Santiago.
Os encontros com os Bispos diocesanos, a partilha com as comunidades paroquiais, as visitas a projectos de carácter educativo, sócio-caritativo, pastoral e espiritual, ajudaram-nos a compreender melhor o trabalho que ali é desenvolvido em favor dos mais novos e dos mais carenciados, e a dar graças a Deus pela generosidade e dinamismo daquelas jovens comunidades. O futuro pertence-lhes!
Resta-nos agradecer a quantos trabalharam para que fosse possível a realização deste projecto.
P. Armindo Janeiro
(Presidente da UASP)
…….Não pude participar na missão realizada pela UASP em terras de Cabo Verde, mas senti alegria e conforto espiritual com a leitura desta excelente crónica missionária escrita pelo Pe. Armindo Janeiro. Ainda bem que o projecto que outrora foi um sonho, foi agora bonita realidade….
Abraço fraterno
Alfredo MOnteiro
Não pude participar na missão porque o meu conforto é sobretudo “espiritual”. É que me falta o “conforto económico” para realizar o tal sonho. Com um curso superior de licenciado ( já lá vão 25 anos) e a trabalhar para o Estado ” durante esse tempo todo e que, mesmo assim, nos vai brindando com os cortes que todos conhecem, só nos resta a alegria de partilhar “os bons propósitos” de quem lá pode ir em representação de todos os que o desejavam mas não podem. É que… a TRÓIKA ( e os amigos que à volta dela gravitam, muitos deles a viver do parasitismo social e outros tipos de parasitismo l__ não será certamente o caso desta Associação) ), para muitos desses não deixa de ser interessante. Mas…para eles, possivelmente será o mal menor ( assim como para todos os que ainda podem !!!)
Emigremos para la´que tudo será verdadeiramente diferente !!!
Estou a ver que o entusiasmo foi muito.Parabéns
António Pinheiro
Olá, Pe. Armindo. Bom dia. Acabei de ler. Este passo a CV é daqueles que deixam marca no Caminho. Obrigado pelo “coração da mensagem” partihada.
Felizmente os comentários que já li, não só realçam a iniciativa, como deixa pena a quem não pode participar em jornada tão profícua. Parabéns, Vilela de Araujo