[:pt]( Crónica de saudade da Guiné )
A UASP organizou a 2ª viagem à Guiné Bissau, de 18 a 25 de Março de 2016, na qual me integrei. Éramos doze, dos quais nove aventureiros que nunca tinham ido à Guiné.
Sobrevoámos calmamente o deserto de Marrocos e as águas do Atlântico. Aterrei na minha ex-Base Aérea 12, agora sem aviões, nem gente, mas ainda com as torres de defesa.
Na gare fomos engolidos por dezenas de pessoas a oferecer serviços ou a pedir.
Dali partimos numa carrinha para a Diocese de Bafatá onde fomos recebidos pelo Sr Bispo D. Pedro Pizzi e por dois colaboradores da Diocese, todos brasileiros e de um sorriso sempre aberto. Descansámos do calor (no calor da sala) e fizemos as nossas apresentações.
Nos ias 18 e 19 comemos a comida simples da Cúria. Dormimos sem ar condicionado (que o Bispo também não tem); a ventoinha do meu quarto não funcionava.
No dia 19 tivemos a Missa de S. José e partimos para Bambadinca, Quebo (ex-Aldeia Formosa), Buba e Saltinho (ex-quartel). Aqui almoçámos bom peixe e boa cabra e no fim tivemos a única prova de ostras. Fomos muito bem recebidos pelo dono do hotel-resort. 43º à sombra e 34º dentro de casa!
Passámos a ponte “Carmona” do rio Corubal e saltámos nas pedras “pousadas” que fazem o largo rio descer em cascatas.
Neste percurso visitámos várias instituições de paróquias e missões, onde recebemos muitos sorrisos e deixámos malas com medicamentos ou roupas. Nestes oásis, com outros cuidados nas pessoas e nas casas, vimos muitas carências sem queixumes e muita paz e alegria.
No dia 20 tivemos a solene e alegre Missa de Ramos com uma procissão, com ramos de oliveira e folhas de palmeira, de mais de 500 m.
Depois visitámos as ruas esburacadas e as casas quase abandonadas da Bafatá colonial, onde eu tinha passado dois fins de semana. Aqui sentimos a tristeza de um mundo a degradar-se. A população vive na parte alta com muito pó e lixo nas ruas. Alcatrão? Só em algumas ruas.
O Bispo, apenas com uma cruz de madeira ao peito, a quem deixámos um generoso óbolo, acompanhou-nos sempre nestes 3 dias com o seu sorriso de 30 anos de Guiné.
Viemos dormir a Bissau passando ao lado de Mansoa e voltei a ver Nhacra e Safim, agora com milhares de habitantes.
Ao longo da estrada de alcatrão em bom estado, percorrida a uns 90 kms/h, vendia-se de tudo. Num mundo de paz o cuidado maior era com as cabras e os porcos que gostavam de atravessar a estrada.
No dia 21 partimos para o saudoso Quinhamel, agora muito populoso e divertimo-nos com a Virgínia no bar do seu “Mar Azul”. O barco percorreu o rio Mansoa e o mar, com golfinhos, até à Ilha do Orango. No hotel-Bungalows havia mais um casal. Comemos sempre bem, fomos dormindo, visitámos uma aldeia e passeou-se pela sombra. Alguns tomámos banhos na água morna do mar com areal imenso. O meu colega de quarto não quis oferecer molhados os calções que lhe pediram e solidariamente tomámos um banho nus que, naquele isolamento, não ofendia ninguém.
Regressámos a Bissau, sem almoço não reservado em Quinhamel..( continua)…
Timoteo
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As novas tecnologias são só e simplesmente deslumbrantes,Obrigado Timóteo por esta cronica genuina do passeio visitas de lugares observações de circunstancia e assim chega até nós.Obrigado.
Mto bom dia.
Descrição real ao acontecido, com um lazer perfeito, porque até houve partida de ping pong no areal, troca de conversa com os pescadores de berbigão naquele passeio pedonal de largas centenas de metros a norte do ilhéu onde habitámos, por três maravilhosos dias, esquecendo as dividas materiais, porque as obrigações religiosas o Ilustre “capelão” não permitia incumprimento.