Em Outubro, como se recordam, celebramos o Dia Mundial das Missões e a festa de São Francisco de Assis sobre quem escrevi no site da UASP. Neste mês de Novembro comemoramos Todos os Santos, logo no primeiro dia e, de imediato, os Fiéis Defuntos. E no dia 11 temos a festa de São Martinho de Tours, um dos santos mais populares da Igreja Católica.
A celebração de Todos os Santos remonta aos anos de 609/610, altura em que o Papa Bonifácio IV dedicou o Panteão a Maria e a todos os mártires, antes dedicado aos deuses romanos. Porém, a data solene, como hoje a conhecemos, só foi instituída quando o Papa Gregório III dedicou uma capela, em Roma, a Todos os Santos e ordenou que fossem homenageados no 1º de Novembro. Esta grande solenidade presta homenagem aos Santos por muitos desconhecidos, mas que foram sempre fiéis à sua vocação de cristãos e, pelo seu exemplar comportamento, testemunhas de Jesus Cristo.
No dia seguinte, 2 de Novembro, comemoramos os Fiéis Defuntos. Desde o século II que os cristãos rezavam pelos falecidos quando visitavam os túmulos dos mártires. Foi no século V que a Igreja dedicou um dia do ano para rezar por todos os mortos. Porém, só no século XIII o dia 2 de Novembro passa a ser dedicado oficialmente aos Fiéis Defuntos. Com esta celebração renovamos e aprofundamos a nossa comunhão com os irmãos que já partiram, mas que alguns deles esperam, porventura, a total purificação para entrarem na plenitude da glória de Deus.
Em Novembro, como disse acima, comemoramos também São Martinho de Tours. Mas, afinal, quem é este santo tão popular a quem o povo, desde há séculos, o associa às castanhas e ao vinho? Nascido no século IV, era filho de um oficial romano. O pai pretendia que Martinho seguisse, como ele, a carreira das armas e, para isso, inscreveu-o no exército. Porém, não era essa a sua vocação e chegou a altura em que sentiu mais de perto o chamamento de Deus. Certo dia, quando montava o seu opulento cavalo, encontrou um mendigo a pedir esmola no meio da estrada. Desceu sem demoras e desembainhando a espada, num gesto de elevada generosidade, cortou a sua capa ao meio e ofereceu uma parte ao irmão nu e enregelado! Conta-se que chovia torrencialmente e o frio era de rachar, mas que de repente, milagrosamente, deixou de chover! Daí o chamado “Verão de São Martinho”. Foi depois Bispo de Tours. Faleceu aos 80 anos com fama de santo e, desde muito cedo, canonizado pelo povo. As notícias dos milagres operados por sua intercessão chegavam de todo o lado! Crescia naturalmente a devoção popular e, consequentemente, as peregrinações ao seu túmulo. Em tempo de inverno os romeiros, nas suas longas viagens, para se aquecerem, assavam e comiam castanhas que acompanhavam com bom vinho…..
Para concluir este pequeno relato recordo alguns adágios relacionados com a festa do Santo:
Dos Santos a São Martinho são onze dias de pão e vinho;
Em dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho;
Em dia de São Martinho faz o magusto e prova o vinho;
Não sei se cante, se chore/ Se qual melhor me será?/O cantar alivia penas/ O chorar as dobrará…
Alfredo Monteiro (AAAFranciscanos)