(…) Esta história envolve vários alunos, senão todos, do 5º ou 6º ano do seminário do Sameiro. Tudo se passa nos finais dos idos anos sessenta, já decorria o mês de Janeiro. Haviam reiniciado as aulas do 2º período há pouco tempo e os ventos, que não os do concílio, nessa semana, sopravam frios e húmidos, arrastando consigo aguaceiros teimosos e por vezes persistentes.
Nessa época, tínhamos feito amizade com o genro e a filha da dona do restaurante Raúl (a quem chamávamos “a Russa”, por ser muito loira) que ainda hoje se situa na parte nordeste do recinto do Sameiro. Íamos muitas vezes lá, não para fazer tainas mas para reabastecimento de uns cigarritos, SG ou Português Suave. Alguns já tiravam umas puxas. O dinheiro não dava para muito e nada melhor do que uns cigarritos a avulso. E lá havia. Bom, o que interessa para a história é que, nos entretanto, fomos convidados para cantar os Reis, em sua casa, em Tenões. (Continua)